Na parada de ônibus
Eu estava apressado. O ônibus, claro, custava a passar. A pressa que se tem e o tempo de espera até a chegada do ônibus por que se aguarda guardam uma relação de inversa proporcionalidade.
Eu até poderia ir a pé. Não seria uma longa caminhada. Mas eu estava apressado.
Os carros não paravam de passar. Já os ônibus...
Eu olhava os carros. Eles passavam. Apressados.
Procurei algo que me servisse de alento até a chegada do ônibus por que eu esperava. Olhei todos os carros que passavam por mim. Contei 103.
Destes, 83% passariam rigorosamente em frente ao local para o qual eu me destinava. Destes, 74% iam somente com o motorista. Nenhum lotado.
Parei de contar. O ônibus chegou.
Demorei tanto quanto se tivesse ido a pé. Mas eu estava apressado.
3 Comments:
Inversamente, sim. Acrescente-se a isso vontade de mijar do gajo e você terá uma equação do 2º grau.
Isso é simplesmente má literatura.
Mas isso não é literatura...
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